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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  https://epanadiplosis.wordpress.com/

 

ALBERTO MARIO PERRONE

( Argentina ) 

 

Alberto Mario Perrone é poeta, jornalista e crítico de arte. 

Graduado pela Facultad de Filosofia y Letas – Universidad de Buenos Aires, em 1972.

Algumas de suas obras foram incluídas e traduzidas em antologias nacionais e estrangeiras. Revés de tango, Figuraciones e Ausente são seus últimos livros de poemas; Azares del Quixote e Gardel subiram ao palco com música em Mendoza e no Nacional Cervantes. Algumas de suas histórias foram premiadas; 

Publicou biografias de Aída Carvallo, Gaimari, Dalí, Enrique Discépolo, Fangio e Carlos Gardel. Dirigiu comerciais para televisão no Martín Fierro e na Internet: Um Século de Borges. Como dramaturgo, foi co-autor de El águila guerrera, um thriller político que a crítica elegeu entre as obras de destaque de 2010. "

"A girafa de Clemente Onelli"" é seu segundo romance.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

BARATARIA  Revista de Poesia.  Ano 9  Número 21.      Director  Mario Sampaolesi.        Buenos Aires: Fondo Cultura Cultura BA, Junio 2008.  ISSN 1668-1460                         Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

              Virgilio en los canales fueguinos.
                   
(de "Ausente", 2005)

 

       Primero.

Dos veces por año
embarcaba en Río Grande
un sacerdote italiano,
acompañado por "su indito".
Y como en el barco había lugar,
ellos se echaban
a dormir
en un pasillo, de cubierta,
afuera, frente a las olas grises
y salpicadas de hielo, pero bajo techo
junto a los camarotes de hierro.
El cura, se llamada Virgilio,
y pertenecía
a la congregación salesiana.
Al fin, desembarcaba en una isla
de los canales fueguinos.
Cerca había una reducción de indios
alacalufes y otra de yaganes.
Durante aquellas travesías
el cura nos contaba
que el idioma de los indios
era muy rico,
que era más sutil que nuestro español  
que el inglés
que hasta tenía más de veinte sustantivos
para nombrar a la arena
según fuera percibida
fina o gruesa, fría o caliente
blanca o tostada, quieta o voladora
callada o sonora, pegada entre el cabello
de un hombre, o ensangrentada
después de un día cazando focas
o prendida como diamantes
entre los pechos de una mujer joven
entre los pechos
como oscuras bolsas
para coar café
de uma índia velha.
A areia que se umedece
e se volta a secar
com a impresasão digital do pé
do último filho que a tormenta levou.
O primeiro dicionario yagán /inglês
escreveu-o Tomás Bridges, outro sacerdote.
A obra original desapareceu.
Finalmente a "encontraram" na Alemanha
durante a guerra de 1939.
Agora parece que está no Museu Britânico,
cemitério e ancoragem do que alguma vez
valeu na verdadeira vida.

 


     
Segundo.

El cura Virgilio
insiste en
andar trabajosamente,
y mediante su lenguaraz.
las palabras que desgranaba
tu boca desguarnecida.
Te miraba y eras la india.
Una india de los alrededores,
mientras yo trato en vano
de pensar en el poeta latino,
maestro del hexámetro,
que escribió su obra
según la ordenó el Imperador.
Me dijo, que quizá
debió ser Petrarca (ya que no Virgiilio)
el que admiró a Homero,
pero que nunca supo
griego, ni encontró
de quién, ni como aprenderlo
pero no renunciaba
a pasear sus ojos ciegos
y a acariciar con sus dedos
los indescifrables y mudos
ganchos dibujados
como la huella de espinas
sobre la colección de
los pergaminos y tablas
agrietadas
donde todo poeta
sabe
que se cifra
las uvas, las semillas de la vida
que habitan siempre
en la perdida palpitación
de un pasado ajeno.
Me hubiera gustado la precisión, tal vez,
como la ansiaba nuestro vate mayor,
pensando en no sé cuál poeta inglés.
Apenas reconozco
que mi ayer permanece detrás

 

 

de una puerta extraña
que mi copa de vino.
Sobre todo cuando uno
desconoce qué le ocurre
a la tinta luz de su cerebro
tampoco habré de traspasar
por más que haya vaciado
y a esa posibilidad que sobreviene
sin importarle la época del año
y que arriba como una inesperada
noche de bodas, en alta mar.
Y ya no rinde la anécdota
y aparece la persona. Su máscara.           

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA


             Virgilio en los canales fueguinos.
                    (de "Ausente", 2005)

 

       Primero.

Duas vezes por ano
embarcava em Rio Grande
um sacerdote italiano,
acompanhado por "seu indiozinho".
E como no barco havia lugar,
eles se lançavam
a dormir
numa passagem, de cobertura,
fora, frente às onças cinzentas
e salpicadas de gelo, mas sob um teto
junto aos camarotes de ferro.
O sacerdote, se chamada Virgilio,
e pertencia
à congregação salesiana.
No fim, desembarcava numa ilha
dos canais fueguinos
*1.
Perto havia uma comunidade de índios
alacalufes e outra de yaganes.
Durante aquelas travessias
o sacerdote nos contava
que o idioma dos índios
era muito rico,
que era más sutil que o nosso espanhol       
que o inglês
que até possuía mais de vinte substantivos
para nomear a areia
conforme fosse percebida
fina ou grossa, fria o quente
branca ou tostada, quieta ou voadora
calada ou sonora, pegada entre o cabelo
de um homem, ou ensanguentada
depois de um dia caçando focas
ou presa como diamantes
entre os seios de uma mulher jovem
entre os peitos
como escuras bolsas
para coar café
de uma índia velha.
A areia que se umedece
e se volta a secar
com a impressão digital do pé
do último filho que a tormenta levou.

 


como escuras bolsas
para coar café
de uma índia velha.
La arena que se humedece
y se vuelva a secar
con la huella del pie
del último hijo que llevó la tormenta.
El primer diccionario yagán /inglés
lo escribió Tomás Bridges, otro cura.
La obra original desapareció.
Al fin la "encontraron" en Alemania
durante la guerra del 39.
Ahora parece que está en el Museo Británico,
cementerio y ancladero de lo que alguna vez
valió en la vida verdadera.

 

       como escuras bolsas
para coar café
de uma índia velha.
A areia que se umedece
e se volta a secar
com a impressão digital do pé
do último filho que a tormenta levou.
O primeiro dicionário yagán /inglês
lo escribió

 

*1 fueguino: adjetivo, substantivo masculino Da Terra do Fogo (sul da Argentina e do Chile).

 


      Segundo.

O sacerdote Virgílio
insiste em
andar trabalhadoramente,
e mediante seu falastrão
as palavras que debulhava
tua boca destituída.
Te observava e eras a índia.
Uma índia dos arredores,
enquanto eu trato em vão
de pensar no poeta latino,
mestre do hexâmetro,
que escreveu sua obra
conforme a ordenou o Imperador.
Me disse, que talvez
debió ser Petrarca (já que não Virgílio)
quem admirou Homero,
mas que nunca soube
grego, nem encontrou
de quem, nem como aprendê-lo
mas não desistia
de passear seus olhos cegos
e a acariciar com seus dedos
os indecifráveis e mudos
ganchos desenhados
como a impressão digital de espinhos
sobre a coleção de
dos pergaminhos e tabelas
rachadas
onde todo poeta
sabe
que se cifra
aas uvas, as sementes da vida
que habitam sempre
na perdida palpitação
de um passado afastado.

       Teria gostado de precisão, talvez,
como a ansiava nosso vate maior,
pensando em não sei qual poeta inglês.
Apenas reconheço
que meu ontem permanece detrás

 


de una puerta mais extraña
que minha copa de vinho.
Sobretudo quando nós
desconhecemos o que acontece
com a tinta luz de seu cérebro
tampouco haverei de atravessar
por mais que haja esvaziado
e a essa possibilidade que sobrevém
sem importar-lhe a época do ano
e que acima como uma inesperada
noite de bodas, em alto mar.
E já não vale a anedota
e aparece a pessoa. Sua máscara.           

 

*

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Página publicada em março de 2023

 

 

 
 
 
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